Sábado, andando pela cidade na volta de uma daquelas festas de confraternização de final de ano, me vi fazendo um caminho muito conhecido meu. Um caminho que “trilhei” várias vezes, com pensamentos bem diferentes, pessoas diferentes, motivos diferentes...
Digo que trilhei porque hoje isso equivale a uma aventura, um desafio que eu mesmo me coloquei e com a irracionalidade dos meus 30 anos (risos) demorei muito tempo para me libertar. Não importam mais os motivos, as pessoas e nem mesmo a situação. Importa que é passado e que ficou bem resolvido.
Me deu um aperto no coração. Mas daqueles bons, sabe ? Enquanto rodava as dezenas de quilômetros de volta, numa viagem solitária pelas grandes avenidas dessa São Paulo que se tornou minha casa, tive tempo suficiente pra me pegar refletindo sobre os rumos da minha vida. Está virando assunto recorrente aqui neste meu blog...
Na rua deserta, de um dia do passado, senti meus olhos marejados mais uma vez. Não pela tristeza de outros dias, nem pela solidão da avenida cheia de carros passando rapidamente na cidade que hoje se diverte. Mas pelo orgulho que sinto. Da minha libertação, da sensação de plenitude que cada um de nós pode ter quando se dispõe a isso.
No mesmo caminho, novos rumos. O que será que me espera ? Não sei... Mas a sensação é muito boa. De poder construir meu próprio destino, de poder tomar as rédeas de nossa vida e conduzir para onde queremos. Mesmo que não seja o caminho certo, mas é o caminho que a gente escolheu.
Naquele mesmo sinal em que parei várias vezes, acendi meu cigarro. Gesto quase mecânico e sem sentido. Mas neste sábado teve um sabor de vitória. Não, não estou fazendo propaganda de nenhuma marca de cigarros (rss), mas que isso daria um belo comercial, ah isso daria...
Na fumaça que saía, não estavam mais os fantasmas que me perseguiam outrora. Só estava um prazer indescritível e um sorriso de satisfação pessoal e de orgulho. Eu estava feliz. Renovado pela esperança de um novo futuro, de um recomeço.
A situação é outra, as pessoas são outras, as certezas ? Nenhuma. Mas que certeza nós temos ? Só a da morte, mesmo assim não sabemos nem como, nem quando.
Não sou uma pessoa de princípios rígidos. Só tenho um que rege a minha vida. Não desejar mal a ninguém. E ele me trouxe até aqui. Íntegro, aprendendo uma nova lição a cada dia. Meio esfolado, é certo. Mas as cicatrizes são sempre boas para a memória.
Tento não deixar que as mágoas me impeçam de seguir a vida.
Tento ser um cara legal.
Tento dar amor às pessoas que estão ao meu lado.
Tento acordar cada dia com um bom propósito.
De boas intenções o inferno está cheio, você pode dizer. Mas se a gente não tiver essas boas intenções, que será de nós ?
Naquele mesmo caminho, estava rumando para o “colo”, que meu amigo
Paulo escreveu em seu blog
Agudas. Colo que a gente cativa, que a gente tem que fazer por merecer. E o colo estava lá. Quentinho, me esperando com um sorriso no rosto.
É isso aí. E Como diria minha amiga Luciana, “Dasein é puro movimento”, “é um eterno vir a ser”. E um viva aos existencialistas, afinal a gente se redescobre a cada dia, nunca termina nossa evolução como pessoa.
Beijos
Edu
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