Edu
Para quem não sabe, sou absolutamente viciado, vidrado, enlouquecido por música. Música é minha vida, associo sempre os momentos (bons ou maus) uma passagem qualquer, até comentários das pessoas com alguma música.

Essa herança "genética", me foi passada pelo meu avô Derosse, meu pai Marco Antonio, que passaram suas vidas, embora advogando, mas sempre pautadas pela musicalidade, pelo amor à arte.

Tenho um gosto músical bastante eclético, e uma preferência descarada pelas vozes femininas. Minhas divas são Nana Caymmi, Fátima Guedes, Mariza (a fadista. Sim, eu adoro fados. Meu lado luso gritando dentro de mim). E da safra mais nova, Zélia Duncan (que me fez se apaixonar por ela definitivamente, em seu trabalho "Eu me transformo em outras") e Marisa Monte. Poderia citar mais umas tantas, mas são essas as que habitam meu Ipod e que levo prá lá e prá cá.

Dos homens, Chico Buarque é absoluto. Talvez por ter a tal "alma feminina" que todos comentam, mas esse letrista, músico maravilhoso que é. Da nova safra, Zeca Baleiro (me ganhou, musicando um poema do Cummings, traduzido pelo Augusto de Campos, chamado N'algum lugar), Pedro Mariano, Eduardo Dusek... Muita gente também.

Mas o título do meu post de hoje, é uma música do Roberto Menescal e do Paulo César Feital chamada Revolução, cantada maravilhosamente por Danilo Caymmi e Miriam Eduardo. Lá vai a letra:

Rio 31 de março
Meu amor a dor
vai me consumir
devo admitir
já não sei viver
longe dos guris
longe de você
Meu amor a dor
é imenso o apartamento
e o silêncio, amor
é ensurdecedor
tenta perdoar
a desatenção
se não perdoar
meu amor, sei não, te amo


4 de abril
a dor consumiu
também minha alma de mulher
acho até que posso dizer
morrer é viver
a vida que eu vivi
morrendo por você
quando eu te vi
com a outra nos sinais
eu me perdi e me vinguei demais
nossos guris, deixei com os animais
te possui no corpo dos navais
quando voltei eu me nivelei
àquela dama dos sinais
fui a ré perante os guris
e me condei
mas não te perdoei,
o amor não tem sursis
hoje eu reli tua carta com paixão
depois eu ri, que data prum perdão
mas nosso amor é uma revolução
eu e você.
amor também sei não...


Fiquei com essa música martelando na cabeça, talvez pelo SURSIS, pelas segundas chances, o perdão, a não reincidência das cagadas que a gente faz na vida. Sejam elas amorosas, emocionais, aos amigos, aos parentes.

Meu sursis, vai para meu pai. Que hoje não está mais entre nós. Que apesar de não ter sido o melhor exemplo paterno (das minhas expectativas), mas me deixou este legado, essa herança de apreciar a boa música. E muitas outras coisas que não gosto de lidar, e nem talvez dê o valor correto. Mas que sei que estão em mim, que fazem parte da minha personalidade.
Aqui em baixo, tem um player com a música. Se não funcionar, tente aqui



E aqui, alguns sites indidpensáveis para os fãs da música. Minha dica de hoje.
Beijos
Edu =]
1 Response
  1. Anonymous Says:

    O maior legado deixado por seu pai foi definitivamente: VOCÊ!!!As partes de sua personalidade que vc não sabe lidar estão charmosamente escondidas por trás de seu sorriso maroto e de sua genialidade na escrita...seu gosto musical é a menor delas e você, mais do que ninguém deveria saber e se adquirir sendo o mau-humorado mais divertido e o amigo mais inestimável e o ombro enorme que sempre foi e é....rs...poxa rasguei a maior seda .....kkkkkkkk